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Limites em Chamas

Valentina acordou com o aroma de café recém-passado e o som distante de música francesa tocando no ambiente. Por um momento, esqueceu onde estava. Esqueceu que estava casada. Que estava envolvida em um acordo perigoso com um homem que a desarmava com um simples olhar.

Mas então virou-se na cama e viu uma bandeja cuidadosamente preparada com frutas, pão artesanal, ovos mexidos, duas xícaras e um bilhete com a caligrafia inconfundível de Dante:

“Contrato ou não, toda rainha merece ser servida no café da manhã. — D.”

Ela bufou, mas mordeu o canto dos lábios ao sorrir. Ele sabia como provocar. Sabia como usar pequenas gentilezas para confundir sua mente e seu corpo. O problema era que estava funcionando.

Após o banho, vestiu uma camisa branca de linho — uma peça masculina, provavelmente de Dante — e desceu para a cozinha. Ele estava encostado na bancada, de jeans e camiseta preta, o cabelo ainda úmido. Com um sorriso preguiçoso, levantou os olhos para ela.

— Bom dia, esposa.

— Evite esse termo — ela respondeu, pegando a xícara de café. — Ainda me soa como uma armadilha.

— Isso porque você ainda está tentando escapar.

— E você está tentando me prender?

— Estou tentando mostrar que estar presa a mim não é um castigo.

Valentina apoiou-se na bancada, encarando-o.

— Dante, precisamos falar sobre os limites. Ontem à noite... aquilo não devia ter acontecido.

— Você me beijou. Duas vezes. — Ele ergueu a sobrancelha. — E se me permitir, eu ainda posso contar com detalhes tudo o que seu corpo queria que acontecesse depois daquilo.

Ela sentiu o calor subir pelas bochechas, mas manteve o tom firme:

— Foi impulso. Um deslize. Somos adultos, podemos...

Ele atravessou a cozinha em passos lentos, parando a centímetros dela.

— Pode chamar de deslize. Mas seu corpo ainda está tremendo.

Ele ergueu a mão e deslizou os dedos pelo pescoço dela, descendo devagar até o colarinho da camisa larga. Ela não se moveu. Não podia. O toque era leve, mas incendiário. Quando os dedos dele roçaram a pele exposta acima dos seios, Valentina segurou o pulso dele.

— Chega.

— Está me mandando parar porque não quer... ou porque está com medo do que vai acontecer se eu continuar?

Ela mordeu o lábio, os olhos colados aos dele.

— Porque se eu deixar, vou esquecer que isso tudo é só um contrato.

Dante a puxou pela cintura com firmeza, colando seus corpos.

— E quem disse que é só um contrato? Você acha mesmo que consigo dormir ao seu lado, tocar sua pele, ouvir seus gemidos presos... sem desejar mais?

Ela tentou se afastar, mas ele a segurou.

— O que está com medo de sentir, Valentina?

— De sentir você demais.

O silêncio caiu como uma bomba entre os dois. Dante soltou o corpo dela devagar, mas seus olhos ainda ardiam.

— Então vamos fazer um trato. Um novo acordo dentro do contrato.

Ela cruzou os braços, tentando recuperar o controle da respiração.

— Estou ouvindo.

— De agora em diante, sem regras. Sem fingir. Se você quiser me beijar, beije. Se quiser me tocar, toque. Se quiser fugir, fuja. Mas sem mentiras. Nem para mim. Nem para você mesma.

Valentina engoliu em seco.

— Isso pode destruir a pouca sanidade que ainda tenho.

— Ou te libertar — ele respondeu, saindo da cozinha sem olhar para trás.

Mais tarde, o dia foi tomado por compromissos empresariais. A reunião no conselho da D’Ávila Holdings seria a primeira com Valentina oficialmente casada. A presença de Dante, mesmo como acompanhante, despertava olhares e cochichos. Mas ela manteve a postura impecável, focada em mostrar que ainda era a mulher no controle.

Até que, na hora do almoço, ele entrou em sua sala com dois cafés e uma expressão indecifrável.

— Estou com fome — ele disse, deixando o copo sobre sua mesa.

— Então peça algo. Tenho trabalho.

— Eu já pedi. Mas não posso garantir que a fome seja só por comida.

Ela o encarou. Ele estava a poucos passos dela, com aquele ar displicente que escondia intenções perigosas. Havia algo em Dante que desafiava toda a lógica. Ele a irritava... mas também a excitava.

— Preciso de espaço — ela disse, levantando-se. — Preciso respirar longe de você.

— Mas está respirando melhor agora do que nos últimos dias. Está viva, Valentina. E isso tem muito a ver comigo.

Ele se aproximou, devagar. Seus dedos tocaram a cintura dela, escorregando pela curva dos quadris.

— Me diga para parar — sussurrou ele, os lábios quase tocando os dela.

— Eu deveria... — ela murmurou.

— Mas não vai.

E então ele a beijou.

Dessa vez, sem hesitação, sem censura. O beijo foi profundo, molhado, carregado de tensão. Ele a pressionou contra a mesa, o corpo inteiro colado ao dela. As mãos deslizaram por baixo da camisa que ela usava, encontrando a pele quente por baixo. O arrepio que percorreu a espinha de Valentina a fez soltar um gemido baixo — e ele sorriu contra sua boca.

— Já estou com fome de novo — ele murmurou.

Ela mordeu o lábio inferior dele.

— Vá para o inferno, Marini.

— Você vai vir comigo?

— Eu posso mandar você antes.

Ele riu, recuando devagar, deixando-a ofegante.

— Hoje à noite. Um jantar. Só nós dois. Sem contrato.

Ela ergueu o queixo.

— E se eu disser não?

— Vai dizer sim. Porque no fundo, está curiosa. Está desejando saber o que acontece quando você me deixar te devorar inteira.

Valentina pegou o café da mesa e tomou um gole, o olhar ainda nele.

— Um jantar, Dante. Só isso.

— Só isso... por enquanto.

Ele saiu da sala, deixando o perfume e o caos emocional espalhados pelo ar. E ela, apesar de tudo, já contava as horas.

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