O carro deslizava pela estrada de terra com suavidade, embora Amber não tivesse pronunciado uma só palavra desde que entraram nele. Benjamin respeitou o silêncio. Sabia que, para ela, aquele passeio não era apenas uma visita a um lugar. Era um retorno. Um reencontro com partes de si mesma que tinham sido enterradas ali, junto às memórias da infância.
Amber observava pela janela os campos abertos, as árvores que pareciam familiares e, por fim, a velha placa enferrujada na entrada da propriedade: "Sítio dos Girassóis". O nome ainda resistia ao tempo, mesmo que a tinta quase tivesse desaparecido.
— Estamos perto — ela disse, a voz baixa, quase como se estivesse falando com o vento.
Benjamin assentiu e estacionou o carro alguns metros depois, onde o caminho já estava tomado pelo mato alto. Desceram e seguiram a pé, até que Amber parou diante de um portão torto, meio aberto, onde o rangido do ferro parecia ecoar lembranças.
A casa, ou o que restava dela, estava à frente: janelas quebra