Os dias na cabana isolada escorriam lentos e pesados, cada amanhecer trazendo consigo uma tênue melhora física para Serena, mas aprofundando o abismo emocional que se abria entre ela e Dominic. Seus ferimentos cicatrizavam, a palidez de sua pele começava a ceder a um brilho mais saudável, mas seus olhos ainda carregavam a sombra do trauma, e seu coração, a fria pontada da solidão. Ela tentava alcançá-lo, estender a mão através da barreira invisível que ele erguera, mas seus esforços invariavelmente esbarravam em um muro de silêncio e um olhar distante, carregado de uma dor introspectiva que ela não conseguia penetrar.

Dominic se movia pela cabana como um espectro, sua presença física constante, mas sua mente aprisionada em um labirinto de culpa e paranoia. Ele a observava de longe, seus olhos cinzentos carregados de uma preocupação silenciosa, mas evitava o contato visual prolongado, como se temesse o que ela pudesse ver em seu interior. As lembranças da noite sangrenta na Casa de San