XLIX. O Silêncio Fecundo da Dúvida
O ar na pequena cabana pareceu engrossar após as palavras de Elara, cada respiração suspensa em um véu de choque e apreensão. Serena levou instintivamente a mão ao ventre, a pele ainda marcada e sensível, e pela primeira vez sentiu um leve formigamento, uma pulsação quase imperceptível que poderia ser sua imaginação exausta pregando-lhe peças. Grávida. A palavra ecoou em sua mente, carregada de uma estranha mistura de incredulidade e um vago, distante anseio. Uma vida crescendo dentro dela. Mas como? E de quem?
Seus olhos encontraram os de Dominic, que permanecia imóvel, a expressão indecifrável. Havia um véu escuro por trás de seus olhos cinzentos, uma tempestade silenciosa de emoções conflitantes. Ela viu o choque, a preocupação imediata por seu bem-estar, mas também… uma sombra. Uma hesitação fugaz que a atingiu como uma agulha de gelo. A dúvida. Era palpável, pairando no ar como uma névoa fria.
O silêncio se estendeu, denso e pesado, enquanto cada um processava a revelação à sua m