Naquela manhã, o apartamento parecia respirar junto com Pedro.
A luz do sol entrava generosa pelas janelas abertas, refletindo nos vidros limpos e dançando nas paredes em tons dourados. As cortinas brancas esvoaçavam suavemente com a brisa de junho, e até o silêncio parecia leve, preenchido por uma promessa silenciosa de felicidade. O pequeno jardim na varanda exalava o perfume fresco do manjericão e das lavandas que ele cultivava com carinho — como se a casa, de alguma forma, sentisse a esperança brotando dentro dele e quisesse celebrar também.
Pedro caminhava descalço pelo chão de madeira clara, sorrindo à toa. Seu peito se inflava como se tivesse vencido a vida. Passava os dedos pela bancada da cozinha impecavelmente organizada, como se precisasse se assegurar de que tudo aquilo era real.
"Um bebê… meu bebê." ele murmurou com um sorriso que mal cabia no rosto.
Mariana ainda dormia no quarto, enrolada nos lençóis cor de areia. Ele se aproximou devagar, como se ela fosse algo frá