Era manhã em São Paulo, e a cidade fervilhava como sempre. Mas no coração da Avenida Faria Lima, dentro do edifício de vidro e aço que abrigava a sede da Agro Tech, o tempo parecia desacelerar.
Ana caminhava pelos corredores frios do prédio pela última vez. Vestia uma camisa branca bem passada, calça de alfaiataria e os cabelos cacheados presos com elegância. Seus passos tinham propósito. Seus olhos, firmeza. Depois de tudo o que viveu, ela finalmente estava ali — prestes a assinar o contrato que garantiria sua transferência definitiva para a unidade da Agro Tech no Japão. Um novo país. Uma nova vida. E logo um novo nome.
Ana Yamamoto.
Foi conduzida à sala de reuniões por uma assistente que ela mal conhecia. A maioria das pessoas da sede paulista só a conhecia de relatórios, resultados e rumores sobre sua ascensão meteórica. Mas ali dentro, sentado à mesa de carvalho moderno, estava alguém que a conhecia bem, talvez melhor do que qualquer um ali.
Marcos Almeida, CEO da Agro Tech Brasi