O quarto de hotel é simples. Uma cama de casal com lençóis brancos, uma poltrona ao lado da janela, uma mesinha com um abajur fraco que lança sombras amareladas nas paredes. É o bastante.
Jogo a bolsa sobre a cama, tiro os sapatos e desabo. O colchão afunda sob o meu peso como se sentisse a exaustão do meu corpo. Fecho os olhos por alguns segundos — e o silêncio me engole.
Mas ele não é vazio.
Ele vem cheio de ecos.
Risadas abafadas. Uma dança no meio da sala com os pés descalços. A música vinha de um rádio antigo, e Otávio me rodava devagar, enquanto eu ria e dizia: “A gente vai derrubar tudo!”
Uma