Tudo pode mudar de um momento para o outro, e eu sou prova disso. Minha história talvez não seja fácil de acreditar, mas não é simples aceitar que uma jovem tenha ficado grávida sendo virgem, certo? Pois esse foi o meu caso. Aos meus dezoito anos, moro com Isabel, minha mãe, e meus avós, Alonso e Rebeca, junto com minha filha Emily, a quem chamamos carinhosamente de Mily. Ainda não consigo entender como fiquei grávida, mas quando vejo o rostinho da minha pequena, tenho certeza de que, se pudesse voltar no tempo, não mudaria absolutamente nada. Faria tudo o que estivesse ao meu alcance por Mily, meu pequeno milagre inesperado. Meus avós e minha mãe ficaram muito irritados com essa notícia, especialmente o vovô Alonso, que não parava de dizer que a história se repetia. No entanto, a história da minha mãe está muito longe de ser igual à minha. Ela teve um relacionamento, um amor adolescente, do qual eu fui o resultado: outra decepção para a família Mendoza.
Leer más—Senhor, por que estamos aqui? —perguntou um homem mais velho vestindo um terno preto.—Não se preocupe, velho Albert. Vir até aqui faz parte do meu plano.—Não entendo, senhor. Ryan disse a mesma coisa, mas não vejo como isso pode funcionar. Este lugar só trouxe desastres.—O desastre deste lugar se chamava Luciano Lombardi. E graças ao ressentimento de uma mulher ferida e magoada, começou a se tecer a vingança perfeita para que o sangue Lombardi finalmente corresse.—Isso não vai terminar bem, senhor. Vingança nunca traz nada de bom —comentou o idoso com tom preocupado. Tinha um mau pressentimento sobre o que estava prestes a acontecer ali.—Luciano Lombardi foi um traidor, e achou que poderia enterrar tudo embaixo do tapete e fingir que jamais existiu.---*Flashback*Frederick Cruz era um homem ambicioso, e todos sabiam exatamente a que tipo de negócios ele se dedicava. Ele próprio não se dava ao trabalho de esconder.Luciano Lombardi era um jovem italiano que não tomou as melhore
O frio começava a entorpecer meu corpo. O casaco que eu tinha usei para aquecer Emily. Fazia cerca de uma hora que estávamos ali e, desde pouco tempo, a temperatura começou a cair consideravelmente. Lentamente, um formigamento se espalhava por todo o meu corpo."Eu preciso sair daqui." Pensei na beira do desespero. "Não posso deixar que aconteça algo com minha filha."—Mamãe, estou com frio —disse Emily tremendo—. Quero sair daqui. Minhas mãos estão doendo.—Calma, meu amor —respondi abraçando-a mais forte—. Vamos sair daqui. Eu prometo.Coloquei-a entre algumas caixas de licor, tentei abrir a porta, mas não havia nada que me ajudasse a forçá-la. Nada útil. Só medo, frio e escuridão.—Abram a maldita porta, por favor! —batia com força—. Por favor, abram essa puta porta!Batia e batia, mas era inútil. Ninguém vinha. Eu estava sozinha. Desesperada. Emily estava gelada, os lábios começavam a ficar azuis. Voltei
Um homem alto, de cabeça raspada e estatura considerável, assim como os braços grossos, bateu na porta do escritório do chefe. Um segundo depois, ela se abriu.—Aqui está a garota, senhor —disse Carlos com voz grave.—Perfeito. Você pode se retirar, mas fique por perto —respondeu Frederick, sem se levantar da cadeira.Carlos assentiu com um gesto e saiu do escritório. Ficamos sozinhos ele e eu. O lugar cheirava a charuto caro, dinheiro... e algo doce e estranho que não consegui identificar.—Que escritório lindo —falei para quebrar o silêncio desconfortável que pairava no ar.—Oh, querida —ele soltou uma risada alta enquanto pegava um dos seus charutos—. Muito obrigado. Você é muito modesta, linda. Isso aqui é só um barraco. Sério, alguém como você está acostumada com outra coisa —acendeu o charuto e deu uma longa tragada, sem parar de me olhar.O riso dele arrepiou minha pele. Eu me disse: *calma, Ángela, mantenha a ca
Estava furiosa. Tudo tinha ido pro inferno. Por pouco e tudo ia por água abaixo.—¡Te falei que esse idiota chamaria a polícia! —explodiu Edward batendo com força na porta do carro, sua frustração saindo em ondas.—Bom, eu não achei que isso fosse acontecer —respondeu Tabita sem se abalar, os braços cruzados e o olhar perdido para além do vidro—. O Artemis adora aquela menininha. Eu pensei que ele fosse mais cuidadoso.—¿En serio? —replicou Edward com ironia, apertando a mandíbula—. Tabita, o Fred vai nos matar. Agora temos a filha desses ricos chorando, a polícia respirando no nosso pescoço e o Frederick decidindo onde enterrar nossos corpos. E tudo por sua brilhante ideia de sequestrar essa menina...Ele parou de falar ao perceber que alguém batia com os dedos no vidro da janela.—¿Sim? —perguntó ao descer o vidro. Lá fora estava Ryan, filho e braço direito de Frederick Cruz, dono de uma importante rede de bares nos Estados Un
Sentia minhas mãos geladas. Não era apenas o frio da noite — era o medo. Meu coração batia acelerado. Em alguns minutos chegaria a hora da entrega, e o resgate seria feito.—Já está —falei baixinho—. O pesadelo vai acabar, minha menina. Em breve estaremos em casa.Olhei para o relógio na minha pulseira. A hora combinada já tinha chegado.Peguei uma moletom preta e a vesti. Era a peça com a qual os sequestradores me identificariam. Depois peguei a pasta onde estava o dinheiro. Segurei-a por um instante antes de sair do carro. Era pesada, sim, mas não tanto quanto o peso que carregava nas costas.Desce do carro com a pasta na mão. Precisava esperar num parque público, sentado num banco específico que os sequestradores tinham marcado. Não importava por quê, nem por que lugar. Só queria ver minha filha outra vez.Cheguei ao local no horário combinado. Olhei para os lados, mas nada acontecia. Já haviam se passado pelo menos cinco minutos e ainda não havia sinal algum deles.—Já é mais de m
O telefone tocou.Corri em direção a ele como se cada segundo fosse uma punhalada nas minhas costelas. Mas antes que eu conseguisse alcançar o aparelho, o detetive Rodrigo Díaz me parou na hora.—Escute, Lombardi —ele avisou—. Você já sabe como agir. Tente alongar a conversa o máximo possível. Disso vai depender que a gente localize os sequestradores.Assenti, respirei fundo e levantei o fone.—Alô.—Você está sozinho? —perguntou uma voz do outro lado da linha.—Sim —respondi simplesmente, sem mexer um músculo.—Você já sabe o motivo da minha ligação. Vou direto ao assunto —disse a voz com um tom sarcástico.—Quanto você quer? —perguntei sem hesitar, ignorando o que Díaz tinha me pedido.—Perfeito! —respondeu o sequestrador com um riso irritante—. Gosto assim: ágil e disposto.—Só me diga… quanto você quer? —murmurei, arrastando as palavras como se cada sílaba queimasse minha garganta
Último capítulo