Christine, uma mulher jovem e ingênua , de repente, vê sua vida - antes perfeita -, virando de ponta cabeça quando seu marido, Wolfgang, simplesmente desaparece depois de descobrir que a empresa de ambos faliu. Contudo, ela logo descobrirá que as coisas não são tão simples, e no desenrolar desse romance cheio de suspense, haverão muitas intrigas, mal entendidos, e não só sua vida está em perigo por causa de um segundo homem obcecado por ela, mas também, por causa da nova esposa dele que resolve lhe infernizar após descobrir que Christine teve um bebê.
Leer másEra uma manhã de sábado que parecia perfeita para sair às compras, o clima estava ameno então resolvi tirar uma folga do trabalho. Chequei minha agenda com a minha secretária, conferindo não ter compromissos naquele dia, peguei as chaves do carro, óculos escuros e sai com meu filho. Durante o caminho, Ellie passava as faixas de música procurando por algo que fosse do seu agrado, não interferi, e apenas foquei minha atenção no trânsito.
Aos poucos, a lentidão dos carros começou a me incomodar, e nem era horário de pico. Por causa disso, resolvi contornar e estacionar o carro na área VIP do hotel Hill, aproveitando para fazer uma caminhada pelo Centro Histórico. Pela cara que Ellie fazia, não estava gostando muito, todos aqueles monumentos tombados deveriam ser "tediosos" aos seus olhos infantis, porém, de repente, algo pareceu chamar a sua atenção quando passamos em frente ao Palácio de Cedros.
Fiquei curiosa com seu súbito interesse, então olhei para lá também, porém meu sorriso se desfez quando percebi que uma cerimônia de casamento estava acontecendo. Meu coração se apertou um pouco quando reconheci os noivos, eu sabia que isso iria acontecer em algum momento, mas não pude prever que ficaria tão sentida quando realmente acontecesse,
- É o papai? Ellie perguntou parecendo confuso, apesar de sua pouca idade, ele era muito perceptivo e tentava juntar as peças.
- Sim. É o papai! Respondi sentindo minha voz soar insensível.
Encarei novamente o casal de recém-casados que, à minha frente, saiam da Igreja. Eles pareciam felizes, ou melhor, ela parecia, o sorriso em seu rosto era o de alguém que finalmente havia conseguido o que queria, porém, não podia dizer o mesmo do homem, em seu rosto havia apenas um semblante inexpressivo, como se apenas desejasse que aquele evento acabasse logo.
Verdade seja dita, por mais que Gisela fosse uma mulher insuportável, ela estava linda. A maquiagem em tons de prateado iluminava seu olhar, combinando com o vestido de noiva todo branco, a saia era volumosa em babados e rendas, enquanto o busto era recoberto por bordados em forma de flores, misturadas ao tecido transparente em algumas partes, véu, grinalda e um luxuoso buquê de rosas da mesma cor. A tiara em sua cabeça, arranjada no penteado bonito fazia com que ela parecesse uma princesa dos contos de fadas em seu final feliz.
Realmente, não havia poupado esforços para ficar perfeita.
Sem dúvida, pelos detalhes, posso apostar que o vestido foi feito pelo Atelier Lethicia Bronstein, uma das lojas mais requisitadas de São Paulo, e, por ironia, ou não, o mesmo lugar em que comprei o meu, no mais, era uma verdadeira obra-prima criada somente para aquela ocasião.
Gisela pareceu demorar um pouco para me reconhecer, mas quando aconteceu, seu sorriso de satisfação dobrou de tamanho, agarrou o braço do marido, posando para a foto e me lançou um olhar que dizia: "Eu consegui, ele é meu finalmente".
Balancei a cabeça negativamente, sem poder acreditar no quanto ela estava sendo imatura. O que mais ela queria agora, que eu chorasse? Não mesmo, já derramei lágrimas o suficiente.
Fui tirada dos meus devaneios quando senti uma mão pequena agarrando a minha roupa, olhei para baixo e lembrei de Ellie, ele estava tão quietinho todo aquele tempo que acabei esquecendo que ele também estava vendo aquela cena.
Ele apenas continuou me encarando mais alguns minutos, parecia refletir sobre algo, mas guardou para si mesmo. Então, me agachei à sua frente, ficando com os olhos na altura dos dele, era minha forma de mostrar a ele que estava tudo bem, que poderia me contar tudo que quisesse, e sorri arrumando seus cabelos loiros bagunçados pelo vento.
- Devemos continuar com nossas compras? Perguntei quando percebi que ele estava ficando inquieto, em seguida, me ergui, arrumei minhas roupas e estendi a mão para que ele pegasse.
Ellie concordou balançando a cabeça positivamente, segurou a minha mão e olhou ao redor, procurando por alguma loja que lhe interessasse. Eu havia prometido tomar sorvete com ele antes de voltar para casa e talvez fosse isso que ele queria.
Lancei um último olhar ao casamento, foi quando meus olhos se encontraram aos do noivo. Ele pareceu surpreso ao me ver, o semblante de arrependimento crescendo ainda mais, mesmo que estivesse em meio a uma sessão de fotos, não sorria, e seus olhos não paravam de me encarar. O homem que amei por longos anos havia acabado de trocar votos com outra mulher, tinha outro filho com ela, dando ao meu um meio-irmão, e eu nem sequer o conheço.
Depois daquele último adeus, que senti ser necessário, me preparei para ir embora, caminhando pela calçada de mãos dadas com o único ser que realmente me importa na vida. Ouvi passos às minhas costas, e meu nome foi chamado, uma voz tão familiar quanto desagradavel.
- Esperava que você fizesse uma cena... - Ele comentou se aproximando, havia certo desdém em suas palavras. - Fiquei desapontado.
- Sinto muito por acabar com a sua diversão... - Respondi não dando muita importância, na verdade, eu nem queria falar com ele. - Adeus Joshua, espero que não nos vejamos novamente.
Finalizei a conversa naquele ponto, não queria e nem precisava manter a presença incômoda dele na minha vida, mesmo que tenha sido meu cunhado. Então, girei nos calcanhares e lhe dei as costas, pronta para ir embora, mas fui interrompida por um aperto do no meu braço.
- Quanta frieza... - Ele disse tão próximo que pude ouvir sua respiração.
- É você quem está fazendo uma cena... - Sussurrei irritada, me soltando em um tranco. - Fique bem longe de mim, e do meu filho, seu doente.
O encarei por longos minutos, deixando bem claro que aquele homem não me intimidava, e eu estava disposta a fazer qualquer coisa para mantê-lo longe, não só ele, mas toda sua família.
Peguei Ellie nos braços, ele resmungou alguma coisa sobre poder andar sozinho, mas ignorei, me afastando a passos largos dali. Só parei quando já estávamos longe o suficiente para ter sumido do campo de vista dele, e suspirei aliviada.
Olhei para o meu próprio reflexo numa vitrine e aproveitei para arrumar meus cabelos e roupas. O paletó feminino cinza por sob o trech coat branco combinava perfeitamente com meus scarpins de mesma cor, e a bolsa clutch prateada reluzia sob os raios solares, não havia nada para consertar.
Foi nesse momento que percebi a expressão que estava fazendo, estava tão séria que quase não me reconheci. Pensei comigo mesma que com certeza havia sido isso que impediu Ellie de dizer o que pensava e fiquei entristecida, pois talvez, isso tenha assustado meu filho.
Era uma lástima. mas não havia volta.
O porquê de tudo isso?
Talvez eu deva dar algumas explicações, mas há muito o que dizer, então tentarei explicar desde o início, pela priori da ruína.
Caminhei a passos cuidadosos por aquele belo tapete coberto por pétalas de rosas vermelhas, pé ante pé, notando como a ponta branca do meu scarpin sobressaia sob a longa barra do vestido. Meu coração batia tão acelerado que parecia prestes a sair pela boca, respirei fundo, apertando um pouco mais forte o buquê, e então, meus olhos recaíram sobre o homem parado há alguns metros, pacientemente esperando. Lhe sorri, era a segunda vez que nos casaríamos, renovaríamos nossos votos aos olhos de Deus na verdade, pois já havíamos oficializado a união em cartório. Tudo estava sendo tão perfeito, que nada parecia ser capaz de tirar o sorriso feliz que se espalhava pelo meu rosto. À minha frente, Sophia, minha daminha de honra, caminhava carregando uma cestinha cheia de flores e pétalas que jogava por todo lado, estava vestida num lindo vestido de saia volumosa, que mesclava branco e rosa, assim como a tiara em sua cabeça. Acompanhando-a, estavam os dois meninos da minha família, também vestido
Christine Eu estava tão preocupada com Wolfgang. Sabia que ele não faria nenhuma besteira, mas a falta de comunicação estava me deixando louca, ainda mais depois que a mídia noticiou que o presidente da L&W Corporation, Axel Ludwin, havia sofrido um infarto, o que me fez pensar que esse era o motivo para ele ter saído tão apressado. Quando finalmente chegou, eu já estava deitada, mas ainda acordada pela insônia. Senti primeiro o peso de seu corpo se acomodando no colchão ao meu lado, em seguida, meus braços contornando a minha cintura e sua barba por fazer roçou meu pescoço. – Emil não é meu filho… – Disse depois de um tempo, havia pesar em sua voz. – Estive na casa dos meus ex-sogros a pouco, talvez tenha sido a última vez que o peguei nos braços, ele nem acordou. – Ah amor, eu sinto muito… – Murmurei, me sentindo mal por não ter contado, e só de pensar em como ele descobriu, meu coração se apertou. – Mas, acredito que se forem pessoas sensatas, não irão afastá-lo, ainda mais agor
Observação: O capítulo a seguir contém gatilhos.Wolfgang De todas as coisas que aprendi com Christine desde que nos conhecemos, ouvir minha intuição provavelmente foi a mais importante. Então, quando percebi que, o que realmente estava me incomodando era a falta de reação de Axel, temi que tivesse feito alguma loucura consigo mesmo, e para não ter mais arrependimentos do que já tinha, corri para a L&W Corporation.Porque eu sabia que ele surtaria ao ter seu império atacado.Enquanto dirigia, consumido pela agonia, pensei nas palavras de Marjorie: “Uma vez feito, não há como voltar atrás”, foi o que ela disse, mas pensando de um ponto de vista mais racional, não precisávamos fazer daquilo um desastre maior do que já era.Parei em frente à sede da L&W Corporation, e observei o grupo de repórteres que se acumulava em frente às portas de vidro, sendo contidos pelos seguranças. A prisão ainda não havia sido noticiada, mas eles claramente podiam sentir o cheiro de sangue à distância, como
– Posse me acostumar com essa tranquilidade… – Suspirei enquanto rolava na cama, puxei o lençol, cobrindo minha nudez e abracei suas costas musculosas. – Voltou a dormir? – Não, ‘tô’ acordado… – Ele respondeu meio perdido em pensamentos. Estávamos na ilha, tirando o que mais parecia uma lua de mel improvisada, há três dias. Mas, apesar dos momentos que passamos juntos naquele pequeno pedaço do paraíso terem sido extremamente agradáveis, uma estranha tensão podia ser sentida no ar. O que ficou ainda mais palpável quando percebi que constantemente meu celular desaparecia, e eu sabia que era coisa dele, pois, toda vez que o aparelho estava em minhas mãos, era distraída. No fim, tirando as poucas ligações com Ellie ou minhas amigas, eu não tinha mais nenhum contato com o resto da humanidade, e isso já estava me enlouquecendo. Beijei seu pescoço gentilmente e me levantei, caminhando em direção à suíte que ficava no cômodo adjunto. Tomei um banho morno, escovei os dentes e quando reto
Massageei meu pescoço, sentindo a musculatura dolorida e suspirei enquanto destrancava a porta de casa, enquanto despia o casaco pesado, pensei sobre como havia sido burra em acreditar tão cegamente em Madson, porém, fui tirada dos meus devaneios quando me deparei, para a minha surpresa, com Júlia e Carlota me esperando sentadas no sofá da sala de estar. – Então… – Murmurei não conseguindo esconder minha confusão inicial. – Fico feliz em vê-las por aqui, mas, o que está acontecendo? – O que vai acontecer na verdade… – Júlia comentou se aproximando, abriu um sorriso travesso e apontou duas malas próximas ao sofá. – É que você vai tirar férias, e não, você não tem escolha, já até fizemos suas malas. – Exatamente! Carlota concordou, se aproximando também. – Júlia e Vivian ficarão encarregadas de Ellie, e eu cuidarei da empresa enquanto vocês estiverem tomando água de coco numa bela praia. – Vocês? Repeti em tom de questionamento, e nem me dei ao trabalho de tentar entender aquele pl
Christine Nada mais foi dito depois daquela conversa estranha, apesar de que, eu sentia que ele queria me dizer algo, mas estava se refreando. E quando acordei na manhã seguinte, estava sozinha na cama. Olhei ao redor e notei que, assim como havia pensado na primeira vez em que estive naquela casa, eles dormiam em quartos separados, e aquele era o de Wolfgang. Tomei um banho em sua suíte, sentindo o cheiro de seu champoo costumeiro, terminei minha higiene matinal e então, saí do quarto, procurando pelos outros. E logo, os encontrei na cozinha, Ellie e Emil comendo uvas entre risos enquanto observavam o pai fazendo o café da manhã. – Bom dia! Cumprimentei caminhando na direção deles. Passei pelos meninos, beijando seus rostinhos quase idênticos e então, parei ao lado de Wolfgang, ficando na ponta dos pés para beijar sua bochecha, em seguida, apoiei as mãos na cintura enquanto procurava por algo em que pudesse ajudar. Tomamos nosso desjejum ainda no balcão da cozinha, e tive um
Último capítulo