As tochas crepitavam nas paredes de pedra do subterrâneo de Arkhadia. O som da água gotejando de alguma rachadura no teto era o único ruído, exceto pelo eco de passos firmes que se aproximavam.

Claer caminhava à frente, os olhos como duas brasas prateadas. Ashen a seguia em silêncio, tenso. Rei Kaelith aguardava mais adiante, no centro da câmara de interrogatório. Os dois prisioneiros capturados na missão estavam acorrentados, cobertos de hematomas, mas vivos, coleira de prata encantada fazia com que seus lobos ficassem adormecidos.

— Ainda querem fingir que não sabem por quem vieram? — Claer perguntou, com frieza, ao entrar.

Um dos homens, de rosto fino e olhos escuros, apenas sorriu.

— Não preciso dizer nada. A loba prateada já disse tudo por si.

O rei se aproximou devagar, com a postura de quem carrega séculos de autoridade.

— Não existem lobas prateadas — disse ele com voz firme. — Estão extintas. O que vocês viram foi apenas reflexo da luz em aço polido.

O outro prisioneiro cuspi