O sol mal havia rompido o horizonte quando Clarice foi acordada pelo som firme de batidas na porta. Abriu os olhos devagar, sentindo o peso agradável do sono misturado ao calor do pingente em sua mão.
— Entre — disse, ainda com a voz sonolenta.
Nara surgiu, já vestida e penteada, carregando um sorriso vitorioso. — Levanta, comandante. O vestido chegou.
Clarice ergueu-se na cama, prendendo os cabelos num coque rápido. — Tão cedo assim?
— Quanto antes provar, mais cedo podemos fazer ajustes. — Nara deu um passo para dentro, avaliando-a com aquele olhar clínico. — E não me venha reclamar, eu mesma garanti que viesse antes do meio-dia.
O vestido repousava numa arca baixa no centro do quarto, envolto em um tecido de linho claro. Ao abrir, Clarice sentiu o toque macio e frio do pano nos dedos. O branco reluzia sob a luz da manhã, e os fios azul-escuro entrelaçados com prata criavam desenhos sutis, quase como ondas ou vento correndo pela neve.
— Parece que foi feito pela própria lua — murmur