O templo estava silencioso, mas o chão vibrava como um tambor contido. Clarice permanecia ajoelhada diante do altar da lua, a palma da mão repousando sobre a marca que ainda pulsava como brasa sob a pele. Ares mantinha-se por perto, de pé, os olhos fixos em qualquer sinal de alteração. Mas nem mesmo ele sabia como proteger alguém de algo que não vinha de fora — e sim de dentro.
Idran entrou devagar, trazendo um pergaminho antigo envolto em fios de prata.
— Os registros da linhagem de Yelara. — disse ele. — Encontrei esse manuscrito entre os arquivos de pedra da Torre Invertida. Nunca havia sido lido… talvez por medo.
Clarice ergueu os olhos.
— O que dizem?
— Que a irmã da Deusa não desapareceu. Apenas se dissolveu nas veias do mundo. E que, um dia, ela tentaria tomar forma através de quem tivesse a marca do início e o sangue da reconexão.
— E o que seria a "reconexão"? — perguntou Ares, a voz baixa e firme.
Idran hesitou antes de responder:
— O amor entre dois mundos. A união que desp