O silêncio após a batalha era mais ensurdecedor do que o próprio confronto. O globo ocular ainda pulsava sobre o solo, cercado por fragmentos da runa quebrada e vestígios do sangue que não era bem sangue — aquela substância escura que parecia queimar a própria terra.
Clarice ajoelhou-se, as pupilas dilatadas, o peito arfando como se o ar pesasse o triplo. Os dedos tremiam ao se aproximarem do globo. A imagem projetada dentro dele não era uma alucinação. Era um rosto. Um nome. Uma traição.
— Lyanna... confirma o que eu estou vendo. — ela sussurrou mentalmente.
Eu confirmo... infelizmente, eu confirmo. É ele. É real.
Ares também havia se abaixado, os olhos de Alfa vermelhos como brasa viva.
— Maldição... — ele rosnou. — Eu confiava nele.
Kaelen, ainda parado, parecia petrificado. O nome estava preso em sua garganta como veneno.
Clarice ergueu-se lentamente e encarou os dois.
— Precisamos ser rápidos. Antes que ele perceba que sabemos. Esse tipo de criatura... não deixa imagens ao acaso.