A manhã nasceu fria, úmida e silenciosa demais. Nem os pássaros ousavam cantar. A névoa cobria os telhados da vila como um manto de presságio, e a nascente sagrada jazia ainda adormecida, protegida por novos círculos de sangue e sal.
Clear de Arkhadia — como todos a conheciam — caminhava entre os guerreiros que se reuniam no campo principal. Ela estava mais pálida que o habitual, mas seus olhos, agora perenemente prateados, mantinham a firmeza de quem já olhou o abismo nos olhos... e o fez recuar.
Ares estava logo atrás, ao lado de Kaelen. Ambos observavam o movimento da vila com atenção renovada. As rondas haviam sido redobradas. Os canalizadores dormiam em turnos revezados, e os anciãos sussurravam orações antigas às margens da floresta.
— A vibração da terra mudou. — disse Kaelen, olhando para o chão como se tentasse decifrar seu pulso. — Ela está inquieta. Não agressiva ainda… mas cheia. Como se houvesse algo prestes a transbordar.
Ares não respondeu de imediato. Grendor rosnava b