PESADELO
Estava escuro. Meu corpo doía e eu não conseguia abrir os olhos, mas podia ouvir vozes ao meu redor.
— Ele não vai aguentar aqui. O posto não tem estrutura para alguém no estado dele.
— Vocês tem que dar um jeito, doutor. — PH respondeu. — Ele tem que ficar aqui.
Tentei me mexer, mas não conseguia. Eu sabia que a situação era grave, mas não podia fazer nada além de escutar.
— Se ele não for transferido para um hospital maior, pode ter complicações. — o médico insistiu, sua voz ficando mais baixa, quase como se estivesse implorando.
— A gente entende, doutor. — Marreta interveio, a voz cheia de urgência. — Mas não temos como levar ele pra um hospital fora do morro. O que tiver que ser feito, precisa ser aqui mesmo. Dá teu jeito, tá ouvindo?
Tentei focar na conversa, mas minha mente oscilava entre a realidade e a inconsciência.
— Eu não tenho o equipamento necessário. — o médico falou, quase em desespero.
— Então faz a lista, que a gente traz, porra! — a voz de Maicon era fria.