AMÉLIA
Estávamos deitados no sofá da sala, aproveitando a noite tranquila. Eu estava aninhada no peito de Arthur, sentindo o calor e o conforto de estar nos braços dele. A TV estava ligada, mas eu mal prestava atenção ao filme que passava. Era apenas um ruído de fundo, algo para preencher o silêncio enquanto minha mente vagava pelas lembranças de tudo o que tínhamos passado para chegar até aqui.
Eu sentia a respiração calma de Arthur contra o meu cabelo, o ritmo constante do seu peito subindo e descendo sob minha cabeça. Era um som reconfortante, que me trazia uma sensação de segurança. Eu me lembrava de como ele sempre esteve lá para mim, mesmo quando eu me sentia perdida e assustada.
Minhas lembranças me levaram de volta ao dia em que nos vimos pela primeira vez. Eu era apenas uma garota assustada, ajudando em uma ação social na comunidade.
Nunca imaginei que aquele encontro mudaria minha vida para sempre.
Arthur, o dono do morro, parecia tão distante, tão inacessível... tão perigos