AMÉLIA
Nos meses que se seguiram, nossa vida mudou de formas que nunca imaginamos. O amor do Arthur e a dedicação dele se intensificaram ainda mais. Ele fazia questão de estar presente em todas as consultas médicas, cuidando de mim com uma ternura que poucos conheciam. Nossa casa, que antes parecia tão grande e vazia, agora estava cheia de risos, preparativos e expectativas.
Nosso pequeno milagre estava bem próximo.
Mas enquanto nossa felicidade crescia, percebi mudanças ao nosso redor que não consegui ignorar. Havia algo no ar.
Minha mãe estava diferente. Ela parecia mais leve, mais viva, quase como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros.
No entanto, eu não podia ignorar os momentos estranhos que flagrava entre ela e PH. Não era só minha imaginação, havia algo ali, eu sentia isso.
Os olhares prolongados que trocavam, cheios de significados não ditos, os sorrisos disfarçados que escapavam quando pensavam que ninguém estava olhando.
Houve uma vez, em particular, que não consegui