JUSSARA
O sol brilhava intensamente sobre o quintal da casa de Arthur e Amélia, onde um churrasco animado estava em pleno andamento. A churrasqueira estava acesa, e o cheiro de carne grelhando se misturava com as risadas.
Eu observava todos, tentando me sentir parte daquele momento, mas a verdade era que me sentia deslocada. Minha filha estava à vontade, conversando com os amigos e rindo com Arthur.
Eles pareciam tão felizes.
Olhei ao redor e vi dois homens e uma mulher. Amélia tinha dito que aquela era Liliana, mas os outros dois eu não lembrava o nome.
Era como se todos ali tivessem um lugar, menos eu. A única que conversava comigo era minha filha.
— Mãe, você tá bem? — Amélia perguntou, percebendo meu desconforto.
— Tô sim, filha. — respondi, forçando um sorriso. — Só um pouco cansada. Acho que daqui a pouquinho vou embora.
Eu olhava ao redor, vendo os outros se divertirem, e me sentia ainda mais diferente, fora do lugar.
— Acho que o carvão tá acabando. Vou buscar mais lá dentro.