O barulho dos caixas soava como uma sinfonia desordenada: bipes, gavetas de dinheiro se abrindo e fechando, sacolas sendo puxadas com pressa. Paloma passava os produtos pelo leitor quase sem olhar, tentando se concentrar, mas a mente estava longe dali.
Ainda pensava na última conversa com tia Cida, no tom preocupado da tia quando perguntou se ela estava mesmo bem. E, no fundo, apesar de não admitir para si mesma, uma parte dela ainda esperava que César tivesse feito contato. Riu lembrando que ela mesma tinha bloqueado o telefone dele. Porém, se ele realmente quisesse ficar com ela, podia ter se esforçado mais. Talvez uma ligação para a tia, um recado enviado de algum jeito. Algo.
Mas nada veio. Nenhuma mensagem. Nenhum sinal.
A esperança morreu ali, no silêncio. E Paloma finalmente compreendeu que não adiantava mais se torturar com expectativas.
“Acabou”, repetiu mentalmente, enquanto o bip da máquina ecoava. “Acabou e pronto.”
De repente, percebeu que havia passado duas vezes a mesm