Paloma sentiu um arrepio percorrer lhe a espinha. Um medo surdo, quase instintivo, apertou-lhe o peito. Não... não podia ser isso.
César era bruto, temperamental, explosivo até, mas não era cruel. Pelo menos, não do tipo que ela tanto temia naquele instante.
Ainda assim, a forma como ele a arrastava pela casa era brutal. O aperto em seu braço deixava marcas, e a maneira como a puxava, sem sequer olhá-la, reduzia-a à condição de um objeto incômodo. Cada vez que ela tentava parar, ele a arrastava com mais força, como se lidasse com um animal teimoso.
— Não pode fazer isso! — gritou Paloma, a voz carregada de desespero. O som ecoou pelas paredes largas da casa, ganhando uma dimensão quase fantasmagórica.
Ele parou em frente a uma porta fechada. Voltou-se para ela com um olhar sombrio.
— Não posso? — perguntou, a voz baixa, carregada de ameaça.
Ela tentou se soltar de novo, mas o braço não cedia sob a força dele.
— Eu... eu vou gritar! — balbuciou, trêmula.
César arqueou uma sobrancelha,