Capítulo 44

Paloma sentiu um arrepio percorrer lhe a espinha. Um medo surdo, quase instintivo, apertou-lhe o peito. Não... não podia ser isso.

César era bruto, temperamental, explosivo até, mas não era cruel. Pelo menos, não do tipo que ela tanto temia naquele instante.

Ainda assim, a forma como ele a arrastava pela casa era brutal. O aperto em seu braço deixava marcas, e a maneira como a puxava, sem sequer olhá-la, reduzia-a à condição de um objeto incômodo. Cada vez que ela tentava parar, ele a arrastava com mais força, como se lidasse com um animal teimoso.

— Não pode fazer isso! — gritou Paloma, a voz carregada de desespero. O som ecoou pelas paredes largas da casa, ganhando uma dimensão quase fantasmagórica.

Ele parou em frente a uma porta fechada. Voltou-se para ela com um olhar sombrio.

— Não posso? — perguntou, a voz baixa, carregada de ameaça.

Ela tentou se soltar de novo, mas o braço não cedia sob a força dele.

— Eu... eu vou gritar! — balbuciou, trêmula.

César arqueou uma sobrancelha,
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