Paloma estava completamente envolvida pelo que sentia. Amava César com uma intensidade que a surpreendia e sabia, pelo modo como ele a olhava, que também a achava atraente, desejável. Mas não era só desejo que palpitava em seu peito; se algo acontecesse entre eles, não seria apenas o corpo dela que estaria em jogo, mas o coração inteiro.
Apesar disso, havia um peso que não conseguia ignorar. César nunca falava sobre Leliana, mas Paloma sabia que todos comentavam, todos esperavam que, mais cedo ou mais tarde, eles acabassem juntos. Afinal, Leliana era dona de metade da empresa, e César sempre lhe parecera um homem que colocava os negócios acima de qualquer emoção. Se é que seu coração já havia se permitido, um dia, ser guiado por sentimentos.
Paloma temia se enganar. Não teria coragem de repetir os erros do passado; já havia se machucado antes, e se entregar outra vez seria pura tolice.
Como se percebesse o receio dela, César mudou o rumo da conversa:
— Antes de ir, gostaria que visse