Paloma sabia que devia fugir, levantar-se e correr. O raciocínio insistia, mas o corpo não respondia. Os nervos, entorpecidos pelo calor que emanava de César, pelo champanhe e pela música abafada no ambiente, se recusavam a obedecer.
Ele a puxou devagar, de forma quase carinhosa, até que os dois ficassem mais deitados que sentados no sofá. O gesto simples, mas seguro, a envolveu como um feitiço.
— César, não... — a voz dela soou mais como um pedido frágil do que como recusa.
— Não o quê? — ele sussurrou, com aquele meio sorriso que sempre a desarmava.
Os lábios dele começaram a percorrer o rosto dela, primeiro leves, quase distraídos, mas logo firmes, decididos. Roçaram as têmporas, as pálpebras trêmulas, descendo até encontrar a pele delicada de seu pescoço. Cada toque parecia explorar um território secreto.
Paloma fechou os olhos, respirando entrecortada. O rosto dele era uma sombra ardente tão próxima que ocupava todo o seu horizonte. O peso do corpo de César sobre o dela não era o