César estacionou o jipe diante da falésia e tirou os óculos escuros, respirando fundo.
— quinze anos morando aqui… e ainda me pego surpreso com essa vista.
Paloma o olhou com curiosidade, ajeitando a mochila no ombro.
— Engraçado… você não tem sotaque daqui. Não é paraibano, né?
Ele sorriu de leve, fechando a porta do carro.
— Não mesmo. Sou mineiro. Nasci em Minas e morei lá até os dez anos. Depois, minha família vivia se mudando. São Paulo, Goiás… onde aparecesse trabalho pro meu pai, a gente desembarcava. Até que ele trouxe a gente pra cá, se fixou e acabou montando a indústria.
— Vida de cigano, então. — ela comentou, divertida.
— Dá pra dizer que sim. — Ele deu de ombros, rindo, e seguiu na frente, contornando uma pedra. Estendeu a mão para ajudá-la a passar. — E você? É paulista de nascença?
— Na verdade, não. — Ela pegou a mão dele, equilibrando-se. — Eu sou da Paraíba. Nasci em João Pessoa. Minha mãe morava lá com minha avó, tia Cida e meu primo, o Charles. Depois que conheceu