Paloma já tinha perdido toda a coragem de ir ao churrasco.

Primeiro, as discussões com César Monteiro por causa de Charles; depois, a raiva ao “descobrir” que ele era casado; em seguida, a surpresa ao descobrir que não era… só para ser assaltada, logo depois, pela frustração de saber que, muito em breve, seria.

Se meter de propósito numa situação dessas, aparecendo na festa das Indústrias Monteiro sem ser funcionária ou parente, era praticamente assinar contrato com o sadismo.

Foi então que algo inesperado aconteceu: uma entrega no casebre. Uma garota chegou de bicicleta, trazendo um jarro de flores e um embrulho.

— Tem certeza que é pra mim? — perguntou Paloma, já esperando que fosse engano.

— Você é a Paloma Santos? — confirmou a menina.

Ao aceno positivo, estendeu uma prancheta.

— Então é pra você mesma. Pode assinar aqui?

As flores eram um arranjo de girassóis e rosas amarelas com folhagens, no tipo de vaso de vidro que se vê em revista cara.

Paloma ficou olhando como se fosse