O jantar estava montado como se esperassem por uma celebração. A mesa era longa, coberta por uma toalha de linho escarlate, com castiçais de prata iluminando os pratos fumegantes.
Damon estava à cabeceira, a postura tão firme quanto uma lâmina cravada no chão. Eu me sentava à sua direita, com Isabel ao meu lado. Loran ocupava a ponta oposta, o olhar distante e a expressão fechada. Lysander, encostado em sua cadeira como um predador à espreita, parecia analisar cada pequeno gesto ao redor.
O silêncio era opressor. Um peso invisível que pressionava meu peito.
Até que Loran, com sua arrogância habitual, quebrou o silêncio como uma pedra atirada num espelho.
— Qual é o plano de vocês, afinal? — Sua voz era fria, impassível. Ele não tocava na comida, nem mesmo olhava para ela. — Porque até agora, só vejo tempo sendo desperdiçado. A minha filha ainda está desaparecida — ele franziu o cenho, fitando Damon e depois a mim. — E a verdade é que, com sorte, ela ainda esteja viva.
Um choque atrave