Já imaginou planejar um tempo com os amigos e por um acaso estar levando eles para a morte? Para Michelle seria só mais um final de semana, feliz e alegre, na fazenda de seu avô. Mas, as coisas nem sempre são assim. Seus amigos começam a desaparecer. Que diabos está acontecendo? A garota, perfeita e popular, de 16 anos se verá em apuros e terá que sujar as mãos para se manter viva.
Leer másDim!Drim!Dim!Drim...
O som irritante do despertador gritava a mais de meia hora. Chamando a atenção de todos na casa. Exceto quem ele deveria acordar.
A garota sentiu um cutucão nas costas, acordando preguiçosamente, seus olhos aos poucos vão dando origem a imagem de uma mulher – cabelos pretos amarrados em um rabo de cavalo e no corpo usava roupas típicas de escritório. Sua mãe.
– Michelle, anda menina, você vai se atrasar para a escola.
– Ah?
– Olha a hora! – gritou a mulher.
– Ah. Não grita! – A menina enfiou a cabeça entre os travesseiros e respondeu – Já vou, que saco!
A mulher parou em frente ao espelho do guarda-roupa da filha, arrumando (o que já estava ótimo) em suas vestes.
– Já arrumou as coisas para ir pro sítio do seu avô? – perguntou ela.
Michelle passou a semana inteira se preparando para ir para a fazenda de seu avô, arrumou malas, marcou com o pessoal – afinal, que graça tem ir para um sítio sozinha? – convidou sua amiga de infância, Brenda, chamou também seu namorado e a amiga de escola. Todo "okay", dentro dos conformes.
– Já chamou seus amiguinhos? – continuou a mulher.
– Amiguinhos? Mãe! – A menina sentou na beira da cama. – Já. Já arrumei todo, sim.
– E quem vai levar vocês?
A mulher, abriu as cortinas, deixando entrar os raios de luz solar pelo quarto.
Michelle arregalou os olhos com a claridade queimando seu retina, ainda meio sonolenta. Levantou a mão até a boca para cobrir um bocejo repentino.
– Nossa, eu não tinha visto isso. – Ela boceja novamente. – Obrigada, mãe. Vou me lavar, tomar um banho e já desço tomar café. Vou ver um Uber para levar a gente.
– Ta. – A mulher riu da situação dos cabelos de sua filha. – Mas, seu irmão vai junto.
Essa simples frase acabou com o dia de Michelle.
– Por que, mãe? – reclamou a garota – Ele é uma peste!
– Olha, que ele é seu irmão. Fora isso eu e seu pai temos negócios a resolver fora da cidade e você vai cuidar dele.
Michelle olhou para a mãe com desânimo.
– Não adianta fazer essa cara.
– Mas, o Matheus nem gosta de sítio. – Tentou convencer a mãe que não era uma boa ideia levar o irmãozinho.
– Sem essa Michelle, ele vai e ponto. Ou ninguém vai a lugar nenhum, mocinha.
Michelle levantou nervosa, pegou o uniforme no guarda-roupa e saiu em direção ao banheiro com a cara virada.
– Que saco nunca vou ter sossego! – Ela trancou a porta atrás si. – Todo lugar que eu vou aquela peste tem que ir junto.
Ela reclamou com as paredes durante o banho. Uma de suas manias estranhas.
A água fria caiu sobre suas costas, fazendo a menina dar um pulo.
– Mas, que saco! – gritou ela – Quem mexeu nessa bosta de chuveiro?
Michelle era baixinha, pobre coitada, nesses momentos todo que poderia desejar era uns dez centímetros a mais de altura.
Ela pegou o rodo (sempre teve um rodo no banheiro da casa, para puxar a água pro ralo), se esticou e com a ponta do rodo mudou a temperatura do chuveiro.
Ao tomar banho e fazer sua higiene matinal, ela se dirigiu para o quarto com uma toalha ainda na cabeça.
– Onde foi que eu deixei? – pensou alto.
Não encontrava sua mochila, para variar. Desistindo de procurar, ela decide usar a velha, arrumando outras roupas novamente.
– Anda Michelle! – gritou sua mãe do andar de baixo da casa.
– Tô indo!
A menina nem tinha tomado café ainda.
Ela entrou num aplicativo de transporte para contratar um motorista para levá-los. Conversou com um rapaz do aplicativo, porém nada ficou bem decidido. Seu smartphone vibrou enquanto ela arrumava a cama. Era do aplicativo.
(– Eu não eu vou para aquelas áreas, é muito distante.)
– Ahahaha. Idiota.
Michelle bufou de raiva. Até que alguém lhe veio à cabeça, uma pessoa que não lhe custaria nenhuma moeda. Ela entrou em sua lista de contatos e chamou o primo, como uma alternativa, sem custos.
– Oi, Douglas?
– Oi, Mi, quanto tempo?
– Né, você vai fazer algo hoje e nesse final de semana?
– Não. Por quê?
– É que assim, eu convidei a galera pra ir passar um tempo no sítio do vovô, e nenhum de nós tem carteira de moto...
– Entendi. — interrompeu à garota — Você quer que eu leve vocês?
– Exato!
– Só posso depois do expediente
– disse o rapaz que trabalhava em uma oficina.– Tá, estaremos em frente ao meu colégio.
– Ok, então. Tenho que desligar agora.
– Tá, tchau.
Michelle desceu correndo as escadas. Já eram 07h05, não daria tempo nem de tomar uma xícara de leite.
– Meu Deus, menina! – falou a mãe dela, repreendendo a garota – Anda passa.
– Eu nem comi nada.
– Tem dez reais no porta-luvas do carro, pegue e compre algo na escola.
"Maravilha, comer gordura logo cedo"
Pensou ela, fazendo uma cara de "Sério mesmo?"Entrou no carro. Por um azar, nada estava dando certo para ela naquele dia.
– Está com o pneu furado! – gritou a mulher que tinha o cabelo preso num rabo de cavalo.
– Que? – Michelle sai do carro. – Só pode ser praga isso, não é possível.
A mulher ligou para o marido. Enquanto a ligação chamava, disse a filha:
– Pegue os dez reais e compre uma passagem de ônibus.
– E o meu lanche?
– Você não vai morrer se não comer hoje – disse a mulher, já nervosa. – Alô...
A garota saiu em direção ao ponto de ônibus. Não estava acostumada a pegar lotação, sentir o maravilhoso cheiro de suor dos outros. Coitada.
O tempo passou e nada de nenhum ônibus, que diabos estava acontecendo com ela naquele dia? Nada estava dando certo. A esse ponto a aula já havia começado e obviamente ela perderia a chance de passar de série.
Na escola, teria uma palestra em uma igreja antiga para a disciplina de Educação Religiosa, do qual ela ficou de recuperação ou coisa parecida, e ela, atrasada.
Finalmente um ônibus vermelho, lotado, estacionou e abriu as portas para levá-la até a escola.
– Vai ter que ir de pé! – gritou o motorista.
– Tá, fazer o que.
Pelo menos, ela já tinha combinado com sua amiga, Brenda, para buscar o seu irmãozinho, a peste do Matheus na escolinha. Assim, se livrando daquele "encosto" – segundo ela.
Desaparecimento. A campainha tocou na casa da senhora Santos, a mãe de Brenda. A mulher que estava tomando banho quando saiu em disparada atender a porta, enrolada em uma toalha azul-marinho. Ela estava preocupa em ir na delegacia e acabar denunciando a própria filha, que tinha um lado obscuro. Mas ela queria acreditar que Brenda não tinha nada haver com a história. – Oi, Karina – complementou a senhora Santos com um sorriso forçado no rosto. – Oi, Alice, está pronta? – perguntou a mulher que estava na porta. Alice convi
A Conjuração. A criatura de pele vermelha, ainda queria que Michelle realizasse mais alguns feitos. Para daí sim estar completa a segunda etapa desse maldito jogo. A garota ainda devia mandar Zith e Beth pelo selo, trazendo as primogênitas para esse mundo. Não seria um processo fácil, afinal a garota não é nenhuma madre Teresa, muito menos uma feiticeira formada. Michelle recuperou a visão que estava embaçada por conta da luz que saia do selo. – O que eu faço com isso? – perguntou ela, segurando o crucifixo dado pelo leviatã. O demônio
Mestre dos Desejos. Zith e Beth sabiam que logo estariam entre seus semelhantes, na terra dos demônios. – Por favor – implorou Zith – Eu ssou ssua cria, ssou uma dass primogênitass, você não pode me descartar asssim. O leviatã riu, debochando da cara da criatura inferior. – Na verdade eu posso. – Ele se glorificou. – Eu posso tudo. Beth começou a entender o que estava acontecendo. Ela olhou para a cúmplice com um pouco de nojo e raiva. &ndas
Leviatã. Beth já havia se alimentado do demônio morcego, apenas seus ossos restaram no chão. A demônio estava mesmo com fome. Ela limpa a boca, que estava suja de sangue e olha para sua cúmplice. – Quem será nossa próxima refeição? – perguntou Beth. – Vai com calma. – Zith deu uma risadinha. – Vai acabar com má digestão desse jeito. Zith retirou um pedaço da madeira do assoalho, ela enfiou a mão dentro do buraco e pegou alguma coisa reluzente. Uma adaga. – Est&a
O Exorcismo. Recém tinha amanhecido o dia, era segunda-feira, Michelle devia estar na escola e Douglas na oficina trabalhando, mas os dois estavam ali, estudando e vendo qual seria a melhor maneira para derrotar Zanathus. Com seus pais fora da cidade, por conta de negócios, ninguém iria sentir a falta de Michelle e Matheus na casa. E Douglas já era de maior, então tinha controle da própria vida. Talvez depois do meio dia, os pais de Brenda e Amanda começassem a se preocupar com a ausência das filhas. Michelle e Douglas liam e copiavam em papéis os principais ritos de exorcismo já conhecidos e efetuados por padres exorcistas. Estavam decidi
Legião. Ao ouvir a conversa, Michelle ficou a par do estava acontecendo. Sua amiga agora era uma demônio. E a fórmula mágica para matar os demônios era um amuleto. Porém, que amuleto? A menina percebeu que as duas demônios param de falar. Alguma coisa estava acontecendo. Michelle saiu correndo dali, entrou na sala e sentou no sofá, fingindo não estar fazendo nada. Ela pegou uma revista e começou a folhear as páginas. Brenda passou por ela. – Eu vou na reserva ver se consigo descobrir mais coisas – disse a garota – Você quer vir junto? – Não – respondeu Michelle com um tom agressivo. Brenda estranhou e mexeu a cabeça em sinal de ok. Assim, que Brenda saiu da casa, Michelle correu até o quarto e
Último capítulo