O amanhecer filtrava tons de âmbar pelas frestas da cortina gasta, repousando sobre a pele nua de Damon como uma promessa silenciosa. Seus dedos desenhavam círculos preguiçosos no meu quadril enquanto o mundo lá fora, por um instante, parecia distante e sem importância. O cheiro de madeira antiga e das nossas peles entrelaçadas pairava no ar, mais denso que o próprio silêncio.
— Você bebeu o suficiente? - Minha voz saiu baixa, um sussurro hesitante, mas firme. Eu precisava saber.
Damon ergueu os olhos — aqueles olhos que pareciam sempre conter séculos de segredos e tormentos — e deslizou o polegar pela minha bochecha, seu toque agora gelado contrastando com o calor que ainda pulsava sob minha pele.
— Mais do que o suficiente — ele murmurou, a sombra de um sorriso curvando seu canto de lábios. — Você não imagina o que o seu sangue faz comigo, Elara. Não é só saciedade. É… clareza.
Engoli em seco, um arrepio percorrendo minha espinha. Eu não queria pensar no que significava ser tão esse