O céu das Terras Escarlates ainda estava tingido de tons de cinza quando Isabel me acordou. Seu rosto era uma máscara de seriedade, e não havia qualquer gentileza em sua voz. Apenas urgência.
— Levante-se. Não temos tempo a perder.
Saí da cama sem protestar. Meus músculos ainda estavam cansados, o jantar da noite anterior ecoava em minha mente como um alerta constante. A partir dali, cada dia seria contado como um passo em direção ao abismo — ou à salvação.
Vesti a túnica escura que deixaram para mim. O tecido era leve, mas resistente, como se preparado para suportar muito mais do que simples treinos. Desci em silêncio, sentindo o frio da manhã me cortar como pequenas lâminas invisíveis. Isabel me aguardava no pátio interno, onde a neblina ainda se agarrava às pedras como um véu espectral.
Ela não disse uma palavra. Apenas ergueu a mão e fez um gesto para que eu a seguisse.
Fomos para os campos de treinamento. Um lugar isolado, cercado por árvores retorcidas e estátuas antigas que mai