RYDER
Quando oiço aquela voz, o meu coração bate-me forte no peito, como se tivesse acabado de levar um murro. Fico sem reação, parado no escuro da varanda, o telemóvel quente na mão. O passado, que julgava enterrado, volta a assombrar-me num segundo. A voz de Chloe soa outra vez, hesitante, como se tivesse medo da minha resposta.
– Ryder? Estás aí?
A minha voz sai rouca, mais dura do que queria.
– Estou. O que queres, Chloe?
O que é que ela esperava, depois de me ter largado no altar há dois anos? Esperava que a recebesse de braços abertos, como se nada tivesse acontecido? E ainda por cima, depois de me trair com o idiota do Joe. Sinto a raiva a subir-me pelo corpo, mas faço um esforço para me controlar.
Ela hesita, ouço-lhe a respiração do outro lado da linha.
– Só queria… só queria desejar-te os parabéns, Ryder.
Fico calado. Não digo nada. O silêncio entre nós é mortal, pesado, cheio de tudo o que ficou por dizer e nunca será dito. Sinto o peito apertado, mas não cedo.
– Não voltes