RYDER
Esta surpresa mexeu mesmo comigo. Estou sentado na varanda da entrada da casa principal, a observar as últimas pessoas a despedirem-se, e dou por mim a pensar em tudo o que mudou no último ano. Sinto-me feliz, genuinamente feliz, por perceber que sou diferente de quem era há doze meses. Tenho os meus irmãos, os meus amigos, tenho Savannah comigo – e sei, sem sombra de dúvida, que todos gostam de mim, que sou importante para eles. Isso, para alguém que passou tanto tempo a sentir-se sozinho, vale mais do que qualquer presente.
Não posso acreditar que vou até à Califórnia ver o mar. Era um sonho meu desde que o meu pai faleceu. Lembro-me de ser miúdo, de correr na areia com ele, de ouvir o barulho das ondas e sentir o cheiro a sal. Depois, tudo mudou. O mar passou a ser uma memória distante, um desejo adiado. Agora, graças à Savannah, vou poder voltar lá, e isso deixa-me com um nó na garganta, uma gratidão difícil de explicar.
Mas nem tudo é perfeito. Fiquei pensativo ao ver a rea