O Montenegro Grand Hotel era um dos mais sofisticados da cidade. Suas suítes executivas, normalmente reservadas a diplomatas, artistas ou investidores milionários, agora seriam o novo lar temporário de Júlia.
Ao entrar no quarto designado por Caio, ela sentiu um desconforto que não vinha do luxo, mas da sensação de estar sendo “guardada”. Como se sua liberdade tivesse sido embalada em papel de seda e trancada em um cofre dourado.
Ela observou lentamente a suíte, absorvendo os detalhes: o mobiliário de linhas minimalistas, a paleta neutra e sofisticada, a varanda com vista panorâmica da cidade. Sobre a cama, um bilhete em papel timbrado:
“Você está segura aqui. Não é muito, mas é o que posso oferecer no momento. – Caio.”
Ela leu a mensagem duas vezes. Curta. Formal. Mas carregada de intenção.
Suspirou e largou o bilhete sobre a mesinha de cabeceira. O telefone fixo tocou no mesmo instante.
— Senhorita Ferrer? — disse a voz na linha. — O senhor Montenegro solicita sua presença para jant