Júlia acordou cedo, muito antes do despertador tocar. O céu ainda estava escuro, e a cidade parecia recuperar o fôlego antes do início de mais um dia.
Sentou-se na poltrona da varanda com um café forte nas mãos e o coração inquieto. Desde o jantar com Caio e a sabotagem na sede, algo havia mudado dentro dela.
Não queria mais esperar.
Não podia ser apenas protegida.
Precisava agir.
Pela primeira vez em anos, sentia que tinha as ferramentas — e agora, também a coragem — para enfrentar quem havia destruído tudo o que ela amava.
Foi até o closet improvisado do hotel, vestiu uma calça de alfaiataria, uma blusa de seda sóbria e prendeu o cabelo em um coque firme. Estava pronta.
Não como filha da Ferrer.
Não como assistente do CEO.
Mas como Júlia.
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Antes das oito, ela já estava em seu escritório na Montenegro, lendo e relendo os documentos da pasta que Caio lhe entregara dias antes. Sabia que Otávio tinha um escritório no mesmo bairro, disfar