O evento havia terminado, mas a tensão ainda permanecia no ar.
Júlia caminhava apressada pelos corredores do hotel, tentando alcançar o elevador antes que Caio a chamasse novamente. Tudo o que ela queria era desaparecer dali, respirar, se livrar daquela sensação de estar sempre sob os holofotes… e sob o olhar dele.
Mas não teve essa sorte.
— Júlia! — A voz dele veio firme, logo atrás.
Ela parou no mesmo instante, fechando os olhos por um segundo, como se reunisse forças para encará-lo mais uma vez naquela noite.
Virou-se devagar.
Caio estava a poucos passos dela, as mãos nos bolsos do paletó, com a gravata já levemente afrouxada. O cabelo, antes impecável, agora tinha alguns fios desalinhados, como se ele também tivesse sido afetado pela noite intensa.
Mas a expressão dele… continuava a mesma. Fria, calculista, com aquele brilho nos olhos que misturava sarcasmo e algo mais sombrio.
— Está fugindo de mim? — Ele perguntou, com um sorriso enviesado.
— Apenas indo embora. Meu trabalho aqu