- Inútil. Nem para escrava serve. - A voz de Geraldo rasgou o silêncio, antes que seu chute me alcançasse as costas. O impacto brutal me tirou o fôlego, e um grito de dor escapou dos meus lábios sem permissão.
- Eu mandei fazer galinha ensopada, não essa lavagem. Você é imprestável... igual à sua mãe.
Sua crueldade não terminou aí. Seus dedos calejados e sujos enroscaram-se no meu cabelo, como se meu corpo não pesasse mais que um farrapo. Fui arrastada por ele até o piso batido do quintal, onde o chão áspero esfolou minha pele, misturando poeira e sangue em minha face. Mas a dor física era mínima comparada à devastação silenciosa que corroía minha alma.
A lembrança veio com tanta força que mal percebi a mudança ao meu redor.
- Esther? - A voz de Castiel cortou o torpor, suave, mas cheia de preocupação.
Pisquei várias vezes, afastando a névoa escura que pairava sobre mim.
- Está tudo bem? - ele perguntou, embora ambos soubéssemos a resposta.
- Sim... só estava divagando. - Respondi com