POV Rafaella Bianchi
O calor úmido do Rio de Janeiro me abraçou assim que descemos do carro. O céu azul, as cores vivas, o cheiro de terra e flor misturados. Era como voltar à infância. Salvattore me apertou a mão enquanto carregava Máximo no colo com um cuidado reverente, como se ele carregasse um relicário. Meu coração estava acelerado. Há quanto tempo eu não via meus avós? Há quanto tempo minha alma pedia por esse reencontro?
Quando entramos na casa simples e cheia de memórias, o tempo pareceu parar. Benedicta, minha avó, estava sentada em sua cadeira de balanço, os cabelos completamente brancos presos num coque apertado. Quando me viu, seus olhos se encheram de lágrimas. Mas foi ao ver Máximo que ela se desfez em emoção. Estendeu os braços com uma força surpreendente para os quase oitenta anos.
— Meu Deus... Ele tem os olhos do seu pai — murmurou ela, as mãos tremendo ao tocar o rostinho de Máximo. — E o nariz do Enrico quando era bebê. Oh, meu anjo, obrigada por me dar esse prese