POV Salvattore Bianchi
Três semanas.
Vinte dias e algumas horas.
Era o tempo exato desde que Rafaella desaparecera da vida dele — deixando para trás um vazio que nenhum poder, nenhuma posição, nenhuma vitória dentro da Cosa Nostra era capaz de preencher.
Salvattore mantinha a fachada. Seguia indo às reuniões, assinando papéis, tomando decisões. Mas sua mente não estava ali. Seus olhos vagavam como os de um homem que já havia morrido por dentro, mas continuava respirando.
Naquela manhã, estava no escritório principal da casa, diante de um relatório de movimentações financeiras da família. Tentava, em vão, manter o foco. O ponteiro do relógio soava mais alto que tudo ao redor.
Até que a porta se abriu com um estalo contido.
Era Erich.
— Posso entrar? — perguntou, a voz contida, mas tensa.
Salvattore apenas assentiu com um leve movimento da cabeça. Erich entrou e depositou um envelope sobre a mesa de mogno, sem dizer nada. O olhar do cunhado era estranho, carregado de emoções que ele não