Ponto de vista de Rafaella Ferraro Bianchi.
O tempo em Palma de Mallorca parecia correr de forma diferente. O sol nascia devagar, aquecia as pedras das calçadas e brilhava sobre o mar com um dourado calmo. Mas dentro de Rafaella, tudo era tempestade.
A semana passara arrastada. Entre longas caminhadas à beira-mar, cafés silenciosos e noites insones, ela tentava convencer a si mesma de que estava segura, de que tinha feito a escolha certa.
Agora, no entanto, seu coração batia acelerado enquanto esperava na recepção da clínica. O ambiente era moderno e acolhedor. Mães com barrigas salientes, casais sorridentes, vozes baixas trocando promessas e planos. Ela se sentia deslocada.
Estava sozinha.
E esse seria apenas o primeiro de muitos momentos em que enfrentaria o mundo assim.
Quando a enfermeira chamou “Alicia Vidal”, Rafaella levantou com um leve tremor nas pernas. O nome falso já havia se tornado instintivo. Ela o repetia mentalmente todos os dias, para não errar.
O consultório era cl