Três meses.
Noventa e três dias, para ser exata.
Era esse o tempo que Valentina Rocatti contabilizava desde o momento em que sua vida, até então envolta em luxo e poder, havia desabado diante dos olhos de toda a elite mafiosa da Itália.
Por causa dele. Salvattore Bianchi.
A família Rocatti, outrora respeitada — ou temida, como ela preferia —, agora vivia uma vida medíocre em uma cidadezinha qualquer em Portugal.
Sem empregados.
Sem motoristas.
Sem influência.
Ela, que jamais havia sujado as mãos com trabalho, agora apertava botões atrás de um balcão de hotel para ajudar a sustentar os próprios pais. Cada cliente arrogante que atendia era como um insulto à sua antiga glória. Mas nada se comparava à humilhação pública que carregava nas costas desde que Salvattore a expulsara da Itália, como se fosse uma traidora qualquer.
E tudo por causa dela.
Rafaella Ferraro Bianchi.
O nome soava como veneno em sua mente. Aquela garota estúpida, metida a forte, com cara de santa e olhos de mártir, ha