POV Salvattore
O barulho da porta se abrindo me faz despertar do torpor. É o médico, com um semblante tranquilo demais para a tempestade que rugia dentro de mim.
— Preciso do meu celular. Agora — minha voz sai rouca, cortante, ainda fraca pela recuperação, mas firme como uma lâmina afiada.
Ele hesita, mas diante da urgência em meu olhar, acena com a cabeça e entrega o aparelho. Meus dedos tremem ao discar o número de Matteo. O coração parece prestes a arrebentar dentro do peito.
— Atende, caralho… — murmuro, o desespero subindo como fogo.
— Pronto? — a voz do meu irmão soa alerta.
— Ela viu, Matteo… viu aquela desgraçada me beijando. Mas não foi como parece, EU NÃO QUIS AQUILO. — O grito é abafado, sufocado entre o choro e a raiva. — Ela foi embora. Ache-a. Pelo amor de Deus, ache-a e mantenha ela segura. Eu resolvo isso quando sair daqui… eu juro.
— Estou a caminho — diz Matteo, sem hesitação.
Desligo, e as lágrimas que eu vinha segurando caem como punhais. Valentina ainda está ali,