Ponto de vista de Rafaella Ferraro
O silêncio era ensurdecedor. Sentada na beira da cama, com os dedos entrelaçados no próprio colo, Rafaella encarava o nada com os olhos fixos, como se esperasse que o vazio respondesse ao aperto que dominava seu peito. O pressentimento era tão forte, tão palpável, que chegava a doer fisicamente. Era como se seu corpo soubesse antes mesmo da mente — como se seu coração já sentisse a ausência de Salvattore, mesmo que ele ainda não tivesse partido.
As horas se arrastavam, o tempo parecia zombar dela.
Quando a porta se abriu e Matteo entrou, o rosto manchado de sangue seco e a expressão carregada, Rafaella soube. Antes mesmo de qualquer palavra. Ela soube.
— O que aconteceu com ele? — sussurrou, levantando-se como se o chão sob seus pés tivesse sumido.
— Salvattore... ele foi atingido por uma explosão. Está vivo, mas... entrou em coma.
O mundo escureceu. O ar fugiu dos pulmões como um golpe certeiro. Rafaella sentiu o estômago revirar, os joelhos falhare