Ponto de vista de Salvattore Bianchi
Salvattore segurava Rafaella contra o peito como se ela fosse feita de vidro. O corpo dela tremia — não de frio, mas da raiva contida, do medo que ainda serpenteava por sua pele. Ele a levou em silêncio até sua mansão, na Villa Ferraro, ignorando o mundo ao redor. Tudo o que existia agora era ela.
A ajudou a tirar a roupa com cuidado, sem pressa, como quem desembrulha um tesouro precioso. Deixou que entrasse na banheira enquanto ele ajustava a água quente. Em nenhum momento tirou os olhos dela. Cada gesto de cuidado era uma prece silenciosa.
Quando se sentou atrás dela na banheira, envolvendo-a nos braços, encostou os lábios em sua nuca.
— Grazie a Dio... — sussurrou em italiano, a voz embargada. — Grazie a Dio che sei salva, amore mio.
Ela não disse nada. Apenas se aninhou em seus braços, buscando abrigo na fortaleza que ele sempre fora.
— Se ele... — Salvattore parou, engolindo em seco. — Se Genaro tivesse ido além... se tivesse cruzado aquela li