Pov Rafaella Ferraro
Ainda sentia um leve incômodo nas costelas quando respirei fundo, mas nada se comparava ao que passei. O hospital havia sido sufocante, mas agora, ao pisar no apartamento de Salvattore, a realidade parecia ainda mais distorcida. Eu estava viva. Escondida do mundo. E prestes a cair de novo no abismo do nosso amor.
Ele me observava enquanto caminhava pelos cômodos, como se não acreditasse que eu estava realmente ali. Os olhos escuros me seguiam com uma fome contida, o maxilar travado, as mãos sempre fechadas. A fachada fria dele era apenas um véu — por trás, havia um caos que só eu sabia decifrar.
— Você devia descansar — ele disse, com a voz rouca e baixa.
— E você devia parar de fingir que está tudo sob controle.
Ele se aproximou de mim como uma sombra. Imponente, dominante, o ar em volta dele mudava tudo. Quando seus dedos tocaram minha cintura, mesmo por cima da roupa, senti meu corpo responder como se estivesse em chamas.
— Você não sabe o que é segurar a