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Capítulo 23 – O Teatro da Guerra

POV Salvattore Bianchi

Quando entrei no quarto do hospital, o tempo parou.

Ela estava ali. Rafaella. Minha menina. Ferida, pálida, com marcas roxas em seu rosto delicado e o olhar distante de quem visitou o inferno — mas viva.

A respiração me escapou como se eu tivesse levado um tiro no peito. Me aproximei devagar, com o coração esmagado pelo alívio e pela culpa. Cada hematoma nela era uma punição direta para mim. Porque eu falhei. Eu devia tê-la protegido. Devia ter previsto o que aqueles filhos da puta seriam capazes de fazer.

— Rafa… — sussurrei, a voz embargada.

Ela virou o rosto devagar, e os olhos castanhos encontraram os meus.

Havia dor neles. E medo. Mas também havia amor. E isso foi o que me destruiu por dentro.

— Você veio — disse ela, com a voz rouca.

— Eu nunca parei de procurar — ajoelhei ao lado da maca, tomando sua mão com cuidado. — Eu nunca parei de amar você.

Ela começou a chorar. E eu chorei também.

A enfermeira nos deixou sozinhos. Matteo e Aron aguardavam do lado
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