POV Salvattore Bianchi
Quando entrei no quarto do hospital, o tempo parou.
Ela estava ali. Rafaella. Minha menina. Ferida, pálida, com marcas roxas em seu rosto delicado e o olhar distante de quem visitou o inferno — mas viva.
A respiração me escapou como se eu tivesse levado um tiro no peito. Me aproximei devagar, com o coração esmagado pelo alívio e pela culpa. Cada hematoma nela era uma punição direta para mim. Porque eu falhei. Eu devia tê-la protegido. Devia ter previsto o que aqueles filhos da puta seriam capazes de fazer.
— Rafa… — sussurrei, a voz embargada.
Ela virou o rosto devagar, e os olhos castanhos encontraram os meus.
Havia dor neles. E medo. Mas também havia amor. E isso foi o que me destruiu por dentro.
— Você veio — disse ela, com a voz rouca.
— Eu nunca parei de procurar — ajoelhei ao lado da maca, tomando sua mão com cuidado. — Eu nunca parei de amar você.
Ela começou a chorar. E eu chorei também.
A enfermeira nos deixou sozinhos. Matteo e Aron aguardavam do lado