Ponto de Vista: Rafaella Ferraro
A dor era constante, mas o medo era pior.
Meus braços estavam amarrados tão apertados que já não sentia os dedos. Meu rosto latejava com os hematomas deixados pelas mãos dos capangas de Antonella. Havia sangue seco nos meus lábios, e meu corpo inteiro doía por causa dos chutes e socos.
Eu tremia. Não de frio, mas do horror que ainda estava por vir.
A porta de ferro do cativeiro estava entreaberta, e por ela, vozes ecoavam no corredor. Agucei os ouvidos e me mantive imóvel. Fingir inconsciência era minha única arma agora.
— Precisamos resolver isso logo, Antonella — a voz de Romano Ricci soou impaciente. — Não podemos mais manter essa garota viva. Ela é um risco.
— Eu sei disso, papà — respondeu Antonella, com aquele tom doce e venenoso que sempre usava antes de destruir algo. — Mas ainda não é o momento. Salvattore está emocionalmente instável. Se ela desaparecer do nada agora, ele pode desconfiar.
— Ele vai desconfiar de qualquer forma. Já está com os