POV Rafaella Ferraro
O som da porta de metal rangendo ao ser destrancada me fez estremecer. Dois homens entraram, os mesmos que me jogaram neste cativeiro escuro e fedido. Meus braços doíam, o rosto latejava por causa das agressões, e o gosto de sangue seco na boca ainda estava presente.
— Hora de comer, boneca — um deles disse com um sorriso cínico, me puxando rudemente pelo braço.
Deixaram um prato ralo sobre uma mesa velha. Arroz empapado, um pedaço de carne que eu não sabia identificar. Me soltaram apenas o suficiente para que eu caminhasse até o banheiro improvisado, com um balde sujo e uma torneira que pingava sem parar.
Foi quando notei. A porta do banheiro não tinha tranca. Nenhuma câmera. Nenhuma vigilância direta. Um erro grosseiro que podia me custar a vida… ou me devolver a liberdade.
Me agachei devagar, fingindo fraqueza. Minhas mãos ainda tremiam. Meu corpo gritava por descanso, mas minha mente fervia. Eles tinham arrancado o colar do meu pescoço assim que me jogaram aqu