POV Salvattore Bianchi
Dizem que amar é libertar, mas às vezes amar é esconder. Silenciar. Fingir.
Rafaella voltou para a Toscana com aquele brilho nos olhos que sempre me destrói. Ela não precisava dizer nada; bastava sua presença para meu mundo tremer por dentro. Seu sorriso na formatura, seus olhos me procurando na multidão, o modo como apertou minha mão no cumprimento… Tudo isso queimava como maldição.
Fui frio. Cruel. Não disse mais do que duas ou três palavras, sempre secas, medidas. Dei um beijo na testa como se fosse um parente distante, e não o homem que sonha em despi-la devagar e beijar cada centímetro de sua alma. Ela percebeu. É claro que percebeu.
Mas era o que eu precisava fazer. Se ela soubesse da aliança com os Ricci, se soubesse que meu nome já estava atrelado ao de Antonella num contrato assinado com sangue e política, o que restaria dela? Como ela me olharia?
Toda noite me torturo com as lembranças. Os sorrisos que trocamos, os bilhetes, as cartas indecentes que en