A lua estava encoberta quando Rafael deixou o salão.
O ar da floresta era denso, pesado, carregado com o cheiro de chuva e sangue velho.
Ele caminhava em silêncio, os passos calculados, a capa escura escondendo o brasão da matilha.
Não queria ser visto.
Não naquela noite.
O conselho terminara em caos.
Rebecca brilhara como um presságio, e Danilo perdera o controle diante de todos.
Os lobos sussurravam entre si desde então — sobre fraqueza, sobre desordem, sobre um Alfa que se deixava guiar por uma mulher.
Rafael ouvira tudo.
E em silêncio, começava a transformar os murmúrios em estratégia.
Chegou ao ponto de encontro pouco antes da meia-noite.
Um antigo santuário em ruínas, escondido sob o véu de árvores retorcidas.
O fogo já o esperava — uma tocha presa numa pedra e duas figuras encapuzadas de pé diante dela.
A primeira levantou o capuz.
Mirena.
Os olhos dourados brilharam à luz do fogo, cheios de um fascínio perigoso.
— Veio — disse ela, com um sorriso satisfeito. — Ache