Capítulo 62

O som da chuva havia cessado.

Por um instante, pensei que estivesse sonhando, porque a única coisa que conseguia ouvir era o ritmo compassado de uma respiração próxima.

Quando abri os olhos, ele ainda estava lá.

Danilo.

Encostado à parede, o corpo grande, exausto, coberto de marcas.

Dormia sentado, como se o sono o tivesse vencido no meio da vigília.

O fogo já havia se apagado quase por completo, e a luz que restava vinha da claridade tímida que entrava pela fenda da rocha.

Era estranho vê-lo assim, vulnerável, humano, quase frágil.

Por tanto tempo o associei à força, ao comando, àquele olhar impassível que fazia todos se calarem.

Agora, diante de mim, parecia apenas um homem tentando segurar o próprio coração com as mãos vazias.

Fiquei observando-o por longos segundos.

Não sabia se sentia pena, raiva ou algo que eu não queria nomear.

A loba, silenciosa dentro de mim, apenas murmurou:

Ele não dormiu por você. Dormiu ao teu lado para não perder você.

Balancei a cabeça, afasta
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App