Luigi, um lobo com sede de vingança, assassina o noivo da filha do carrasco de seu pai e se junta à família como substituto. Ele conquista o coração de sua filha, Evangeline, mas um intrincado triângulo amoroso surge quando ela se apaixona pelo irmão de Luigi, o alfa Edward, desencadeando uma intensa rivalidade entre os irmãos.
Ler maisO relógio marcava 20:00 na cidade de Origem. Luigi não sabia o que fazer para evitar que os seus pais morressem. A feiticeira Sol, havia distribuído um feitiço paralisante em Anny, a mãe do lobo, na qual a deixava imobiliza com adendo de extrema dor, contorcendo os seus órgãos.
Ele e seus irmãos atacaram Anny, pobres lobinhos, mal conseguiram ultrapassar a barreira solar que colocou em sua frente. Trevor, o pai dos lobinhos, sabia que existia apenas uma maneira dela parar sua magia, atacando o seu companheiro, o alfa Hector. No mesmo instante que percebeu as intenções, ela desviou o seu poder para Trevor.
A luta estava incessante. Alfa contra alfa. O sangue de Hector escorria por toda a parte, enquanto a pele superior das costas de Trevor havia sido descolada, o fazendo gritar de dor. Amedrontada que seu marido morresse, Sol usou de sua magia hipnotizante. Procurou as seguintes palavras: Você é meu lobo, o seu corpo e mente são minhas, olhe para mim alfa, olhe para mim.
Automaticamente os olhos de Trevor se voltaram para ela, foi o jogo perfeito. Hector avançou ao corpo do lobo e com somente um golpo, arrancou o seu pescoço. Todos pararam. A cabeça do Alfa havia sido arrancada, o corpo estava de um lado e os olhos ainda piscando estavam do outro. Após alguns segundos treva veio a óbito, ainda permanecendo com os olhos abertos.
A guerra entre os retornaram, menos para a mulher, os filhos do alfa, que não acreditaram que aquilo era real. A pior batalha era a dor que Luigi sentia dentro do peito. Ele era apenas um menino de seis anos, que mal havia conhecido o pai. Os dois nunca se deram muito bem, afinal, por diversas vezes ele havia escutado que o alfa maltratava Anny, a mãe dos trigêmeos. Ela foi embora da alcateia carregando os filhos, e intencionalmente o alfa tomou a melhor amiga, como sua companheira.
Pela primeira vez na vida, Luigi se permitiu chorar. Mesmo com toda a traição de seu pai, ele nutria um sentimento bom pelo mesmo. Trevor havia feito de tudo para que o filho pudesse conhecê-lo e dar uma chance ao relacionamento de ambos. Isso já estava acontecendo. Aos poucos ele começava a ter admiração pelo pai, demonstrando interesse pelo mesmo. Era uma pena que eles nunca mais poderiam se ver para dar continuidade a essa amizade.
Sentindo uma angústia atravessar o seu peito, Luigi uivou o mais alto que pôde. O seu uivo reverberou tão alto, que chamou a atenção dos demais, estremecendo as árvores, e causando espanto aos animais que habitavam ao redor. Com os olhos cheios de lágrimas, ele olhou para o assassino de seu pai. Os olhos dele aprofundaram nos olhos de Hector. O alfa não conseguia desviar os olhos do menino, havia algo nele que o chamava atenção de uma forma assustadora. Sem mover os lábios, o lobinho decretou internamente o que iria fazer com o Alfa. Obviamente, com a idade que tinha, nada poderia fazer, quando crescesse, o destino de Hector já estava traçado.
Eu vou me vingar de você. Ele afirmou.
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Vinte e quatro anos se passaram. Para Luigi eles se passaram tortuosamente. A tragédia que havia ocorrido com o alfa Trevor, abalou as suas emoções, o fazendo crescer com o desejo de vingança latente em seu coração. Por isso, infelizmente, Luigi não conseguia se relacionar com ninguém. Habitando com os humanos, seus pensamentos não saíam da cidade onde morava, e de tudo que havia deixado para trás, inclusive as memórias do assassinato de seu pai. Seus irmãos e sua mãe insistiram ao máximo para que ele pudesse esquecer o plano de vingança e dar continuidade a sua vida, pois nenhuma vingança faria ele voltar. O lobo não se importava com isso.
Sacando um folheto de jornal. Luigi descobriu que Hector estava fazendo negócios paralelos na cidade, e uma pequena nota lhe chamou atenção. O casamento de sua filha Evangeline com um companheiro chamado Cristian, um dos lobos mais cobiçados da região. Hector possuía somente uma filha, e dado ao seu entusiasmo a abraçando, podia se notar o quanto ele a amava. O jornal ainda falava, que a mulher desconhecia o seu companheiro, pois ele era de uma matilha distante da sua. Esmagando o jornal em um pequeno cubículo, o lobo foi presenteado com uma ideia avassaladora. Ele iria se vingar do assassino da pior maneira possível: casando com sua filha.
— Meu filho. Novamente lendo estas notícias desinteressantes. - Anny já havia lido o jornal, e sabia qual assunto ele houvera lido. — Quantas vezes já disse para você esquecer essa vingança. Seu pai morreu, não há mais nada que possamos fazer.
Sentida pela solidão de seu filho, ela o olhou com pesar. Colocou a mão nos fios negros do rapaz, e o acariciou.
— Você já chegou a idade de trinta anos. Deveria procurar uma companheira para você, alguém que pudesse te fazer esquecer toda essa vingança.
— A senhora tem razão, mãe. - Ele sorriu de lado, fato que acalentou o peito de Anny. Ele sacou as mãos de sua mãe, e depositou um beijo nelas. — É por isso que vou me casar.
Ela alargou o sorriso ao máximo. Feliz, saltou ao encontro do filho, e o presenteou com um forte abraço. Finalmente parecia que ele iria esquecer da vingança ridícula que orquestrou por tantos anos em sua mente, a qual ela não tinha conhecimento do que seria.
— E quem é a mulher?
— O mais breve a senhora saberá.
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Luigi era um lobo altamente treinado, e isso lhe dava vantagem aos demais. Felizmente Trevor conseguiu ensiná-lo algumas táticas, sem contar com os ensinamentos do seu padrasto Leon. Eles criaram uma conexão enorme, e com ele, Apollo pôde aprender muitos artifícios.
Com passos devagorosos, ele havia localizado a presa. O noivo de Evangeline. Ele se fartava do cervo que havia capturado. Ele era ótimo de caça, mas nem tanto nas lutas. O lobo era disperso e não conseguiu sentir que Luigi se aproximava. Movendo os arbustos, Luigi avançou. As folhas das árvores balançavam enlouquecidas, sentindo uma presença forte chegando. Assim que notou o outro lobo, Christian correu o mais rápido que pôde.
Não era comum ver lobos negros naquela região. Muito menos aqueles que queriam atacá-lo. Seu reino era considerado como pacificador, onde não havia rivais, ou disputas por território, então ele não compreendia porque alguém queria o fazer mal. Cristian era um dos herdeiros mais conceituados dentre os lobos, e possuía a estima dos demais, bem, não para o lobo Luigi.
O caçador corria em alta velocidade. Ele não pensava em nada a não ser em começar o seu plano para vingar a morte de seu pai. Luigi não queria saber se o lobo em questão era um homem bom ou não. Ele tratava como um simples alvo que estava no seu caminho, o qual deveria ser abatido, e isso ele fez. Com um salto primordial, Luigi deixou que seus dentes afiados sobressaltassem, aterrizou, e fincou os grossos caninos ao corpo de Christian. O barulho de ossos quebrados foi como uma música agradável. Foi um golpe fatal.
O tempo havia passado como um sopro, e Evangeline sentia em cada batida de seu coração a proximidade do momento mais importante de sua vida: o nascimento de seu filho. Sua barriga, agora grande e pesada, era a prova viva da nova fase que estava prestes a começar. Ela acariciava suavemente o ventre enquanto sentia os chutes do pequeno ser dentro dela. Seus olhos brilhavam com uma mistura de alegria e ansiedade. Ao seu lado, Edward a observava com um sorriso sereno. Ele nunca havia se sentido tão completo. Depois de tudo que haviam passado, finalmente poderiam construir uma vida juntos, longe da sombra de Luigi. — Todas as noites eu peço proteção para você e para o nosso filho — disse Edward, seus dedos percorrendo a pele esticada da barriga de Evangeline. — Sei que será um menino forte, um guerreiro, alguém que honrará nossa linhagem. E agora que desmascarei Luigi, o posto de Alfa será meu. Evangeline ergueu o olhar para ele, segurando seu rosto com ternura. — Meu amor, o posto
Evangeline apertou a barriga com força, como se seu instinto maternal tentasse, de alguma forma, proteger aquele pequeno ser que crescia dentro dela. Seu coração pulsava em desespero, e seu corpo tremia. Medo. Medo do que poderia acontecer. Medo daquele olhar. Ah, aquele olhar. Ela conhecia bem demais. Luigi estava furioso. A simples possibilidade de aquele bebê não ser seu o fazia ferver por dentro. O ar entre eles parecia eletrizado, carregado de tensão e incerteza. A pergunta veio como um trovão, quebrando o silêncio sufocante. — Esse filho é meu, não é? O tempo parou. Ele esperou, mas a resposta não veio. Um minuto. Dois. Seus punhos cerraram. Seus olhos, chamas vivas de desconfiança e julgamento, fixaram-se nela com fúria renovada. — Esse filho é meu, não é mesmo? — A voz dele soou mais grave, mais ameaçadora. Ele avançou um passo, e, no mesmo instante, Edward ergueu o braço, colocando a mão firme contra o peito do irmão. Um gesto simples, mas carregado de u
O carro de Eduard avançava pelo caminho empoeirado, sacudindo violentamente a cada buraco na estrada. A velocidade era insana, mas ele não podia se dar ao luxo de reduzir. Atrás deles, a ira de Luigi vinha como uma tempestade. Evangeline segurava a lateral do assento com força, tentando conter o medo que dominava seu corpo. Seu coração batia em um ritmo descompassado. Sua barriga ainda não era tão grande, mas o bebê estava ali, crescendo dentro dela, e cada solavanco da estrada a fazia se preocupar ainda mais. Ela ainda sentia os hematomas pelo corpo, marcas que não haviam desaparecido desde a última vez que Luigi a tocara com violência. Mas a dor física não era nada comparada à dor da alma. Seu mundo inteiro passava diante de seus olhos. O começo com Christian, o amor puro que tiveram, os sonhos que construíram juntos… tudo brutalmente destruído no dia em que Luigi assassinou seu marido. Lágrimas quentes escorreram pelo rosto de Evangeline. — Por favor… se algo acontecer, que
— Precisamos nos apressar! A qualquer momento, Luigi pode passar por essa porta, e então tudo estará acabado… Acabou o nosso relacionamento, acabou a nossa família! A voz de Eduard estava carregada de urgência e medo. Ele não costumava recuar diante de desafios, mas enfrentar seu irmão era outra história. Luigi não era apenas um alfa, ele era *o* alfa. O líder supremo da alcateia, imbatível em combate e impiedoso com traidores. Eduard sabia que, se houvesse confronto, ele teria que buscar forças em um lugar onde talvez nem existissem. Evangeline o observava enquanto ele enfiava as roupas apressadamente na mala. Ela não tinha nada naquele local; sempre vivera na casa de seu pai. No entanto, a preocupação com ele a consumia. Amanda, a mulher que o cercava como uma sombra, poderia estar fazendo algo terrível com ele naquele exato momento. Mas ela não sabia que Amanda já não estava mais entre eles. — Você não deveria se preocupar tanto — disse ela, tentando manter a calma. — Sei que
A noite envolvia a floresta com um silêncio quase absoluto, interrompido apenas pelo som dos passos apressados de Luigi sobre as folhas secas. Seu peito arfava, e não era apenas pelo cansaço da batalha. Algo dentro dele parecia se despedaçar a cada pensamento que tinha sobre Evangeline e Edward juntos. Ele sempre soube que seu irmão a olhava de uma forma diferente. Que o toque dele era cuidadoso demais, os olhares demorados demais. Mas nunca acreditou que Evangeline pudesse trair sua lealdade. Nunca aceitou que talvez... talvez ela nunca tivesse sido dele. A possibilidade de perdê-la para Edward apertava seu coração como uma faca sendo cravada lentamente. Pela primeira vez, Luigi se viu pensando em tudo o que havia feito. "Eu deveria ter sido mais paciente." "Eu deveria ter permitido que ela tivesse escolhas." "Eu deveria ter amado de um jeito diferente." Aquele pensamento o atingiu como um golpe. Ele não a havia amado da forma certa. Ele a possuíra. Antes que pudesse
Tudo estava em perfeita sintonia. O vento soprava suave pela floresta ao redor do castelo, como se a própria natureza conspirasse para esconder sua fuga. Evangeline sabia que estava cometendo uma loucura ao partir com Edward. Seu marido, Luigi, a caçaria até os confins do mundo, mas isso não importava. Ela precisava continuar, precisava permanecer ao lado do homem que realmente amava. Viver ao lado de Luigi, sucumbir às suas exigências e fingir ser a esposa perfeita nunca esteve em seus planos. Agora, porém, não havia mais volta. — Fico muito feliz que você tenha finalmente aceitado o meu convite — disse Edward, segurando a mão dela com firmeza. — Talvez esta aldeia seja um dos primeiros lugares onde Luigi irá procurar, mas até ele descobrir que viemos para cá, teremos tempo suficiente para fugirmos novamente. A aldeia era encantadora. O lugar onde Luigi crescera tinha uma beleza rústica e acolhedora. Árvores imponentes se curvavam com a brisa do outono, e as folhas caíam em um
Último capítulo