Capítulo 46

A cidade amanheceu cinza. As gotas da chuva ainda escorriam pelas janelas da pequena pensão onde eu morava, e o som dos carros lá fora se misturava à minha respiração inquieta. Dormi mal. O sonho ainda estava fresco, e nele havia o mesmo par de olhos verdes que eu tanto tentava esquecer.

Danilo.

Mesmo quando fecho os olhos, o nome dele queima por dentro. Não importa o quanto eu corra, o quanto tente me misturar entre os humanos. Ele sempre volta. No cheiro do vento, na lembrança do toque, no som distante de um uivo que corta o silêncio da noite.

Sentei-me na cama e esfreguei o rosto, tentando afastar o peso da noite anterior. O corpo ainda tremia do medo, e as imagens dos caçadores me perseguiam como um eco cruel. O homem que me salvara, o estranho de olhos sombrios, desaparecera depois de me deixar na esquina. Nenhuma palavra, nenhum adeus. Apenas o olhar frio de quem sabia mais do que dizia.

Mas não era ele que ocupava meus pensamentos. Era o outro. Sempre ele.

Peguei a camisa seca
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